Reflito diariamente sobre a tensão apresentada no semblante, fala e corpo dos pais quando diante da possibilidade de um diagnóstico frente a um atraso de linguagem, fala ou do desenvolvimento global da criança… Este é um momento que requer a necessidade de conduzir toda a situação com muito acolhimento, técnica e cuidado.
Cuidado porque o diagnóstico na infância, sobretudo na primeira infância, não, é algo fácil de estabelecer para nenhum profissional. O objetivo inicial deve ser sempre de estimular as habilidades e funcionalidades cujos marcos encontram-se com prejuízos e observar como a criança responde as melhores possibilidades de intervenção.
Esta tem sido, cada vez mais frequente, a conduta de médicos e terapeutas. Intervir, tratar antes de um possível diagnóstico. A infância é o período excelente para a intervenção. Contudo, entender que para a família esperar, sem uma resposta do que pode estar acontecendo, não é uma tarefa fácil.
Requer sensibilidade do profissional e, SE, o diagnóstico por fim chegue, desmistificar uma série de sombras que acompanha a família com o desconhecido é tarefa também da equipe de terapeutas que acompanha a criança. Muitas vezes, o fantasma pode ser maior que a realidade. Acompanhar, tratar, e possibilitar apoio para a criança e família será sempre o melhor a fazer.